Evento internacional debateu avanços e desafios nas políticas públicas para a Primeira Infância

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Durante o 2º Simpósio Internacional de Educação Infantil realizado na última terça-feira (07), especialistas nacionais e internacionais discutiram as políticas públicas de educação infantil no Brasil e no mundo

Dana McCoy, professora associada de Desenvolvimento Humano e Educação Urbana e co-presidente do Programa Humano e Educação (HDE) da Harvard Graduate School of Education – crédito: Carmen Fernandes

São Paulo, outubro de 2025 – Na última terça-feira (07), aconteceu o 2º Simpósio Internacional de Educação Infantil organizado em parceria pela Fundação Bracell, o Ministério da Educação, o Unicef, a Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do IEA/ USP, a Fundação Van Leer, o Itaú Social, e o David Rockfeller Center for Latin American Studies de Harvard em São Paulo. O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais de referência no debate sobre políticas públicas voltadas à Primeira Infância.

Entre os palestrantes e debatedores estiveram Dana McCoy, professora associada de Desenvolvimento Humano e Educação Urbana e co-presidente do Programa de Desenvolvimento Humano e Educação (HDE) da Harvard Graduate School of Education, e Susan Fuhrman, professora Emérita da Universidade de Columbia; além de especialistas e representantes do MEC, UNICEF, Inep, Todos Pela Educação, Fundação Bracell, entre outros.

“Queremos colocar a Educação Infantil como uma prioridade nacional, porque ela é a base de todo o desenvolvimento e precisa ser sólida. Isso exige o envolvimento de lideranças públicas e privadas, infraestrutura adequada, formação e remuneração justas para professoras e professores, além de experiências pedagógicas que valorizem o brincar com intencionalidade para a aprendizagem. Também é fundamental avaliar o desenvolvimento das crianças, para que possamos falar efetivamente de qualidade – e não apenas de vagas. Nesta segunda edição do Simpósio, queremos estimular essas reflexões e fortalecer esse compromisso”, afirmou Eduardo Queiroz, diretor-presidente da Fundação Bracell, na sua fala de abertura.

A importância da qualidade na Educação Infantil é uma preocupação permanente da entidade. “A criança que não tem acesso a uma educação de qualidade na primeira infância enfrenta os desafios da vida com chances reduzidas de desenvolver plenamente seu potencial ao longo da vida. Essa ainda é a realidade de muitas crianças em situação de vulnerabilidade”, explicou Queiroz.

Voltada a pesquisadores, gestores públicos e de organizações do terceiro setor, a programação promoveu discussões sobre a priorização da Educação Infantil, dados e evidências para a implementação de políticas públicas com qualidade, implementação e escalabilidade dessas políticas, práticas pedagógicas para a educação infantil de qualidade e o papel do Regime de Colaboração na efetivação das normativas para a Educação Infantil.

As políticas educacionais para a primeira infância do Brasil foram elogiadas por Dana McCoy: “O país tem feito um bom trabalho no que se refere ao acesso às políticas de aprendizagem e desenvolvimento integral.” Durante sua fala, a especialista defendeu que a educação infantil deve evitar um enfoque academicista: “É necessário que se faça uma abordagem holística, incentivar uma pedagogia que sabemos que ajuda as crianças em todas as dimensões do desenvolvimento.” “Precisamos de mais investimentos e produzir oportunidades para que todas as crianças tenham uma educação de qualidade. Enfatizar o desenvolvimento integral é importantíssimo.”, concluiu Dana. 

A professora Susan Harriet Fuhrman abordou o tema “Lições da Academia sobre Implementação de Políticas Públicas”, destacando o papel fundamental dos professores no êxito das políticas educacionais. Segundo a especialista, o sucesso e a eficácia de uma política pública estão diretamente ligados à articulação com outras políticas complementares que a fortaleçam.

Fuhrman destacou que a formulação de políticas públicas envolve escolhas entre estratégias que tornam a implementação mandatória, as que apostam na introdução de incentivos – financeiros ou não – para induzir a atuação dos agentes implementadores e o desenvolvimento de capacidades.

Ela também destacou os principais desafios enfrentados pelos formuladores de políticas na implementação e os principais focos de atenção: a formação dos profissionais envolvidos, o sequenciamento e planejamento realista da implementação e a análise do contexto para identificar elementos que possam estar na contramão da proposta de implementação.

O Simpósio contou ainda com a participação de André Lázaro (Fundação Santillana), Carlos Eduardo Sanches (especialista em Educação), Valdoir Pedro Wathier (Diretor de Monitoramento, Avaliação e Manutenção da Educação Básica do MEC), Mônica Pinto (Chefe de Educação do UNICEF Brasil), Anita Gea Martinez Stefani (Diretora de Apoio à Gestão Educacional do MEC), Daniel Domingues dos Santos (Coordenador do LEPES/FEA-RP/USP), Ernesto Faria (Diretor Executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), Hilda Linhares (Diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep), Alexsandro do Nascimento Santos (Diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC), Binho Marques (Consultor em Gestão de Políticas Públicas e Educação), Olavo Nogueira (Diretor Executivo do Todos Pela Educação), Beatriz Cardoso (Diretora do LabEdu – Laboratório da Educação), Minéa Paschoaleto Fratelli (Subsecretária de Educação do Município de Guarulhos/SP), Mônica Correia Baptista (Professora da Faculdade de Educação da UFMG e Coordenadora do Programa Letra e Escola da Educação Infantil), Carolina Velho (Especialista em Educação Infantil do UNICEF Brasil), Celi Corrêa Neres (Vice-Presidente na Região Centro-Oeste do Fonacedi – Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação), Adenilse Stein Silva (GT de Educação Infantil da Undime), Rita Coelho (Coordenadora-geral de Educação Infantil do MEC) e Mozart Neves Ramos (Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto).

Também contribuíram com o debate Claudia de Freitas Vidigal (Fundação Van Leer), Helena Monteiro (David Rockefeller Center for Latin American Studies – Universidade de Harvard) e Patrícia Mota Guedes (Itaú Social).

Sobre a Fundação Bracell    A Fundação Bracell é uma organização privada sem fins lucrativos que, desde 2023, tem se dedicado ao fortalecimento da educação infantil e ao apoio de iniciativas voltadas para a primeira infância, além do desenvolvimento de lideranças. Criada por meio da consolidação da Bracell no país, seu foco principal é alavancar o poder transformador da educação desde a primeira infância, possibilitando que cada criança desenvolva plenamente seu potencial para uma vida melhor, tanto no presente quanto no futuro. Para mais informações, acesse: https://fundacaobracell.org.br/  

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