Florestas plantadas unem produtividade e sustentabilidade em Mato Grosso do Sul

 

O setor de florestas plantadas tem se consolidado como um dos pilares do desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul. Com um modelo de negócio baseado na sinergia entre crescimento econômico, uso racional dos recursos naturais e responsabilidade socioambiental, a atividade florestal transforma áreas degradadas, contribui para a conservação ambiental e movimenta a economia regional com geração de renda, emprego e inovação.

Atualmente, a eucaliptocultura ocupa cerca de 1,3 milhão de hectares no estado, o que representa aproximadamente 3% do uso do solo, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e a plataforma MapBiomas (2024). Esse avanço ocorre majoritariamente em áreas já antropizadas — ou seja, modificadas pela ação humana — como pastagens de baixa produtividade. Com isso, o setor florestal promove a recuperação de terras degradadas e contribui para o equilíbrio ambiental por meio do manejo sustentável.

O modelo adotado parte do princípio de que a floresta cultivada só prospera em equilíbrio com os recursos naturais. O eucalipto, principal espécie plantada, depende diretamente da disponibilidade hídrica, da qualidade do solo e da biodiversidade local para se desenvolver ciclo após ciclo, nas mesmas áreas. A biodiversidade, por sua vez, é fundamental para a provisão e regulação dos serviços ecossistêmicos, como o sequestro de carbono, a conservação da água e a proteção da fauna e flora nativas.

 

Expansão responsável e impacto socioeconômico

Mato Grosso do Sul é, atualmente, o principal eixo de expansão da atividade florestal no país. Um estudo exclusivo encomendado pela Ibá estima que a ampliação da base florestal no estado deve gerar mais de 100 mil oportunidades de trabalho ao longo da cadeia produtiva. Empresas do setor têm investido fortemente na qualificação da mão de obra local por meio de parcerias com instituições como o Sistema S, ampliando a oferta de capacitação técnica e programas de formação continuada em diversas regiões do estado.

Essas ações têm fortalecido a presença do setor como vetor de desenvolvimento territorial e fortalecido o protagonismo de comunidades locais, com a valorização da cultura, da economia regional e da inclusão produtiva.

 

Eficiência produtiva e serviços ambientais

O eucalipto se destaca como uma das espécies florestais de maior eficiência na conversão de recursos naturais em madeira. Sua alta produtividade e ciclo curto de colheita permitem que o Brasil esteja entre os líderes mundiais na produção de celulose e madeira cultivada. Além disso, as florestas plantadas prestam importantes serviços ambientais: contribuem para a regulação do regime hidrológico, ajudam na infiltração e na conservação da água no solo e sequestram grandes quantidades de CO₂ da atmosfera, auxiliando na mitigação das mudanças climáticas.

A gestão florestal moderna considera o uso eficiente da água como um de seus pilares. Por não depender de irrigação, o cultivo de eucalipto é altamente sensível ao regime de chuvas, o que reforça a necessidade de planejamento e boas práticas de manejo para mitigar impactos em períodos de estiagem.

Nos últimos cinco anos, Mato Grosso do Sul registrou uma redução média de 24% no volume de chuvas, resultado de alterações no regime climático intensificadas por fenômenos como La Niña, conforme levantamento do CPTEC/INPE (MERGE). A escassez hídrica afetou todo o setor agropecuário e também impactou os plantios florestais, exigindo adaptações e ainda mais responsabilidade no uso dos recursos naturais.

 

Compromisso com a água e o meio ambiente

Consciente de seu papel nas bacias hidrográficas onde está presente, o setor florestal adota uma abordagem de responsabilidade compartilhada na gestão da água. Isso inclui investimentos contínuos em inovação, pesquisa, monitoramento e práticas sustentáveis que visam à conservação hídrica tanto nas áreas florestais quanto nas unidades industriais.

Uma das principais estratégias utilizadas é o plantio em mosaico, que intercala áreas produtivas com zonas de conservação permanente. Essa técnica favorece a conectividade da paisagem, cria corredores ecológicos que permitem o trânsito da fauna entre fragmentos de vegetação nativa e contribui para a conservação do solo e da água. Os mosaicos também promovem a regulação dos fluxos hídricos, reduzem o escoamento superficial e aumentam a infiltração da água no solo.

Outras práticas adotadas pelo setor incluem o cultivo mínimo, o plantio em nível, o uso de resíduos florestais na proteção do solo e a priorização de fertilizantes e defensivos biológicos — medidas que diminuem a dependência de insumos químicos, reduzem o assoreamento de rios e melhoram a qualidade ambiental.

 

Prevenção a incêndios e atuação solidária

O combate a incêndios florestais também é prioridade. Apesar do aumento dos focos de calor em diversas regiões de Mato Grosso do Sul — impulsionados pelas mudanças climáticas —, não houve ocorrências graves em áreas próprias das empresas do setor florestal em 2024. Isso se deve ao robusto sistema de prevenção implantado pelas companhias, com investimento em tecnologia de ponta, equipes treinadas e estruturas dedicadas exclusivamente à detecção e combate ao fogo.

Além da proteção de seus ativos, as empresas do setor também atuam de forma solidária em regiões vizinhas e reforçam sua contribuição com programas como o SOS Pantanal, oferecendo apoio logístico e operacional para o enfrentamento às queimadas em áreas não próprias.

 

Metas públicas e compromisso com o futuro

Como parte de seu compromisso com a sustentabilidade, o setor tem estabelecido metas públicas voltadas à ampliação da eficiência hídrica nas fábricas, intensificação de práticas de conservação em bacias críticas e promoção de corredores ecológicos entre fragmentos de vegetação nativa. Essas metas integram os planejamentos estratégicos de longo prazo das empresas e seguem os princípios da governança socioambiental (ESG).

As certificações de manejo florestal, adotadas amplamente pelo setor, asseguram a conformidade com padrões internacionais de sustentabilidade e transparência. São instrumentos que garantem boas práticas ambientais, relações éticas com comunidades e trabalhadores e o uso responsável dos recursos naturais.

 

Setor estratégico e sustentável

A trajetória da silvicultura no estado mostra que é possível aliar produtividade e conservação ambiental. Com base em ciência, tecnologia e diálogo com a sociedade, o setor de florestas plantadas tem se firmado como um importante agente da transição para uma economia de baixo carbono.

Mais do que gerar matéria-prima para a indústria da celulose, papel, biomassa, carvão vegetal e bioprodutos, o setor entrega benefícios ambientais e sociais permanentes: maior conservação do solo, regeneração de vegetação nativa, preservação de nascentes, sequestro de carbono e segurança hídrica para as próximas gerações.

Ao seguir investindo em inovação e responsabilidade, o setor reafirma seu papel como protagonista do desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul e como referência nacional na produção de florestas cultivadas com propósito.

GT de ESG da Reflore/MS